sexta-feira, março 26

DIVERSÃO GARANTIDA

Não tem como escrever qualquer coisa sobre Uma Saída de Mestre (The Italian Job, F. Gary Gray, EUA, 2003) sem compará-lo com Ocean's Eleven. Os dois filmes são daquele tipo onde ninguém é santo, mas um dos bandidos é mais "bonzinho" que o outro, os dois são remakes, os dois contam a história de um roubo espetacular, os dois tem um elenco de primeira. Mas, como em qualquer comparação, cada um tem suas vantagens. The Italian Job perde longe em charme para Ocean's Eleven, mas leva vantagem em outros aspectos. Um deles é Charlize Theron, num dos filmes onde ela está mais linda (se é que ela consegue ser mais linda do que sempre é), além de ser ativa na história. Comparando com Julia Roberts, não dá nem para saída... Outra vantagem que o filme leva é pelo fato de ter emocionantes perseguições de carro, com o acréscimo da originalidade de usar os Mini Coopers como nunca antes no cinema - sem contar, é claro, o filme original. As piadas de Italian Job são bem mais engraçadas, principalmente pela presença do hilário Seth Green no elenco - a sua imitação de Jason Statham e a piada sobre a criação do Napster valem o filme. E Jason Statham é o cara, mesmo fazendo o papel de sempre...
Mas Italian Job perde de longe em outros aspectos. O vilão de Andy Garcia em Ocean's Eleven consegue ser muito melhor do que Edward Norton. A escolha de Norton é um daqueles casos em que o ator foi mal escohido para o papel. O talento de Norton é inegável, mas o seu biotipo frágil não convence como um ladrão malvado. E aquele bigodinho é de chorar... Na escolha do ator principal aconteceu o mesmo. Mark Wahlberg é um dos atores mais bacanas da atualidade, mas ele não passa o espírito de liderança que o papel necessita. Comparando com George Clooney em Ocean's Eleven não chega a ser covardia, mas Wahlberg perde feio de qualquer forma, tanto pelo biotipo quanto pelo charme que o papel exige. Isso tudo apenas confirma que Italian Job perde para Ocean's Eleven por um único motivo: o diretor. F. Gary Gray teve uma boa história na mão, mas foi inexperiente para conduzí-la. Gray fez uma direção burocrática, não acrescentando nada em estilo, justamente o contrário do que fez Steven Sodebergh em Ocean's Eleven.
Mesmo assim, Italian Job é um filme que merece ser visto. O DVD ainda traz bastante material extra, como o making of, onde Donald Sutherland larga uma das maiores pérolas já vistas: "Nesse filme eu fui o pai de Charlize Theron, em Cold Mountain eu fui o pai de Nicole Kidman. Eu seria um homem mais feliz se pudesse trocar as fraldas das duas". E duvido que, depois de ver The Italian Job, você não fique tentado a comprar um Mini...

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