sábado, outubro 29

POST ESPECIAL - TIM FESTIVAL



Somente agora, três dias depois, tive coragem de falar um pouco sobre o que aconteceu na última terça-feira em Porto Alegre. O que você vai ler nas próximas linhas pode parecer exagerado, mas lhe garanto que não é mesmo. Oito mil pessoas presenciaram o MELHOR SHOW DE ROCK DA HISTÓRIA DA CIDADE! E o irônico disso tudo é que não era o show principal, e sim o show de uma das bandas de abertura. O incensado - com toda razão - Arcade Fire.

Cheguei no meio do primeiro show da noite, o dos gaúchos do Acústicos & Valvulados. Tudo bem que exista uma lei que obrigue ter uma banda gaúcha na abertura de shows estrangeiros, mas os promotores do show poderiam ter escolhido uma banda que tivesse mais a ver com as bandas principais. Mesmo assim, os gaúchos não fizeram feio. Entraram no palco sabendo que a reação da platéia seria adversa e fizeram até piada com a situação. O problema é que as músicas não ajudam. Durante o show do Acústicos, enquanto tomava uma cerveja, uma figura estranha me chamou a atenção. Um cara alto, cabeludo e vestido de amish caminhava tranquilo entre as pessoas sem ser reconhecido. Não acreditando no que estava vendo, o chamei pelo nome, o que lhe causou uma certa surpresa. Era o vocalista do Arcade Fire, Win Butler. Falei algumas coisas num inglês macarrônico, mas me fiz entender. Na verdade não lembro bem o que falei com ele, só sei que ele ficou por ali uns bons 10 minutos, sem que as pessoas à nossa volta suspeitassem de quem se tratava. Tá duvidando? Então dá uma olhada...

Ainda com um sorriso que insistia em não sair da minha cara, vejo aquele cara que meia hora antes estava vendo o show comigo subir no palco com mais um monte de gente. Eu já conhecia a banda e suas músicas por escutar compulsivamente o disco Funeral e por ter baixado uma apresentação deles com a participação do David Bowie. Mas quando Richard Parry começou a marcar no tambor a batida marcial de Wake Up, eu vi que estava diante de uma das melhores bandas em cima de um palco que eu já tinha visto. O Arcade Fire é uma mistura estranha ao rock que, no entanto, dá certo. Eles não tem o mínimo sex appeal, não parecem uma banda de rock convencional - tambor, violinos e acordeon não são comuns de se ver - mas a paixão que demostram ao tocar conquista instantaneamente. Dá pra se dizer que é mágico. Nas músicas seguintes, a banda sempre surpreendeu a platéia, lançando mão de recursos completamente originais, como um solo de capacete em Laika - com direito a mosh de Richard Parry, sempre ele - uma dancinha robótica de Régine Chassagne em Haiti, um baixo acústico em Brazil. Depois da excelente cover para State Trooper, de Bruce Springsteen, o show atingiu seu auge, com a sequência da linda balada Crown of Love e as agitadas Neighborhood 1 (Tunnels) e Neighborhood 3 (Power Out), culminando com a música mais esperada pelos (poucos) fãs, Rebellion (Lies). Essa música foi um espetáculo à parte. A grande maioria das pessoas presentes que não conhecia a banda, se rendeu ao espetáculo quando o tímido William Butler pegou o tambor e escalou a estrutura metálica do lugar, sendo saudado por um lindo coro da platéia, acompanhando a melodia dos violinos. Emocionante! Ficou a impressão que Porto Alegre presenciou o início de uma banda que, certamente, ainda vai se tornar muito grande. Quem estava lá já tem história pra contar para os filhos.

Depois disso, ainda tinha a atração principal, os Strokes. O show foi bom, mas depois do show do Arcade, fica difícil gostar de qualquer coisa. Mas quem consegiu sair do transe proporcionado pelos canadenses, pôde ver as excelentes músicas novas da banda, com destaque para a pesada Juicebox, que já toca nas rádios, e para Hawaii-Aloha, que lembra muito o Beach Boys do início de carreira. Talvez se o Strokes não tocassem depois do Arcade Fire...

Enfim, uma noite inesquecível, que não foi estragada nem pela péssima acústica do lugar, nem pelo engarrafamento na saída e nem pela frente do meu CD Player roubada de dentro da minha bolsa durante o show. Para descrever o que foi o show, cito o baterista do Strokes, Fabrizio Moretti, em entrevista ao colunista Lúcio Ribeiro: "Só neste ano eu vi o Arcade Fire quatro vezes. Teve uma vez dessas em que eu achava que minha vida estava uma merda e eu fui ver o Arcade Fire. Para mim, o show foi como uma experiência religiosa. Foi inacreditavelmente emocionante. Como se fosse uma cerimônia da felicidade de viver. Soa estúpido, mas é a melhor descrição do que eu vi e senti. Saí do show uma outra pessoa, melhor". Certamente todos os presentes saíram com a mesma sensação...


Essa semana não tem filme, nem fato, nem mesmo gostosa, mas semana que vem tem post novo nos mesmos moldes de sempre. Até lá!

domingo, outubro 23

O DISCO


Powered by Castpost

Zoot Woman, Living In A Magazine: Essa semana já tinha seu disco escolhido (We Are Scientists, With Love And Squalor), mas depois de descobrir essa pérola, não deu pra resistir. O Zoot Woman é o mais novo projeto do DJ francês Jacques Lu Cont - mais conhecido pelo seu outro peojeto, o Les Rythmes Digitales, que lançou o excelente disco Darkdancer, em 1999 - e revisita a sonoridade de bandas bem conhecidas dos anos 80, como Human League e Spandau Ballet. E quando eu digo revisita, chega a ser pouco: à primeira audição, o Zoot Woman dá a impressão de ser realmente uma banda da época, pela mixagem e timbre dos teclados. A banda já é uma das queridinhas da crítica especializada lá fora e Lu Cont é o produtor escolhido por Madonna para pilotar seu próximo disco. Destaques para as músicas Information First e para a excelente cover de The Model, do Kraftwerk. Em tempo: a dica desse disco eu achei na coluna Remix, da Zero Hora de quinta-feira, que melhorou muito depois de trocar de mãos e ficar a cargo da ex-baixista do Wonkavision, Grazi Badke. Ao menos agora é uma coluna de verdade, e não uma mera agenda do mundinho clubber-publicitário-indie de boutique porto-alegrense.


O(S) FATO(S)

Essa semana foi recheada de acontecimentos importantes, até no âmbito pessoal. Por exemplo, minha placa de video fritou e eu recebi $$$ do Orkut (mas, por contrato, não posso falar mais à respeito...). Mas como meu umbigo não é o centro do mundo, achei melhor falar do fato mais importante para a sociedade em geral, o Referendo sobre a questão do desarmamento. O povo brasileiro mostrou nas urnas que o país ainda não está preparado para se desarmar. Eu sou contrário a qualquer tipo de arma. Não tenho e não terei. Mas se tiver que escolher entre eu ter uma arma e um bandido, eu ainda escolho ficar com meu direito. Prefiro que ele ainda pense duas vezes antes de entrar na minha casa por não ter a certeza que estarei armado esperando. A discussão é grande e nunca vai acabar, mas acho que nenhum argumento bate o fato de que os bandidos não deixariam de ter armas se o SIM ganhasse. E ficar a mercê de vagabundo não é o que eu - e 64% da população - queremos. E Marquinhos, quanto ao comentário do post anterior, eu só te digo uma coisa: se o SIM ganhasse e um bandido machucasse qualquer um dos meus familiares, eu delegaria a culpa a você, OK? Pode ter certeza que a possibilidade disso acontecer seria infinitamente maior à qualquer uma das coisas que tu citasse. Acidentes e tragédias acontecem, com ou sem armas. Mas crimes são deliberados, pensados e acontecem todos os dias. E se não tivéssemos nem a chance de nos defendermos, a coisa ficaria ainda pior.

Ah, e como não poderia deixar de ser, um pouco de futebol: Como em todos os anos, o colorado morre na praia. E o Guaíba aumenta de nível com a choradeira. Botam a culpa no Zveiter, no juiz, no Papa, no Tião, na Sol e no Carreirinha e não no time fraco e inexperiente que entrega a rapadura no final contra o Juventude. E não adianta chorar e reclamar do juiz. Qualquer observação isenta dos lances da partida irá dar razão às decisões do juiz. O Clemer se adiantou no pênalti sim. E preparem-se: logo, logo tem o Boca na Argentina. E o colorado ainda faz questão de jogar na Bombonera! Bem se vê que é um clube que não tem passaporte, que não sabe direito como é a coisa lá fora. Um time desses não pode ser campeão de coisa nenhuma, nem de uma Conmebol de araque como essa Sul-Americana...


O FILME (na verdade, A SÉRIE)



Band Of Brothers (Vários diretores, EUA, 2001): Depois de muito tempo consegui ver a tão falada série sobre a Segunda Guerra produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks. E me arrependi amargamente. Me arrependi de não ter visto muito antes! A série é um retrato fiel da história real da companhia Easy, um grupo de para-quedistas voluntários que saltaram na Normandia no Dia D e acabaram fazendo parte de todas as grandes batalhas aliadas na grande guerra. Um tratado emocionante de amizade, heroísmo e dedicação, mostrando em detalhes o que foi a Segunda Guerra do ponto de vista de quem estava lá dentro. Tudo isso com excelentes imagens, efeitos especiais e atuações. Se você tem 13 horas disponíveis, eu recomendo. Principalmente o documentário com os reais integrantes da Companhia Easy, todos com mais de 80 anos, que contam com muita emoção as histórias mostradas na série.


A GOSTOSA


Luciele de Camargo


Por ora, era isso. Semana que vem tem mais, com o show do Arcade Fire e do Strokes puxando a fila...

UPDATE

1) Só pra reforçar: o Arcade Fire vai ser, certamente, épico! Baixei uma apresentação deles com o David Bowie e os caras no palco são DEMAIS! Tô achando que hoje à noite vou ver o melhor show da minha vida. O setlist tá aqui.

2) Este blog está a venda. 20% de desconto à vista!!!


My blog is worth $9,032.64.
How much is your blog worth?



Roubado do Fabrício...

UPDATE 2

Chegando agora do show. Primeiras impressões:

- O Strokes foi bom como eu esperava. Quase previsível. Mas o Arcade Fire foi mais do que eu pensava - simplesmente embasbacante! Além disso, ainda assisti o fim do show do Acústicos & Valvulados com meu brother Win Butler, que estava humildemente no meio da galera - tenho foto pra confirmar. Pena que, na hora de ir embora, louco pra escutar o meu recém-baixado bootleg do Arcade num show em Paris, descobri que a frente do CD Player do meu carro foi roubado de dentro da minha bolsa por um mão-leve de primeira categoria. Mesmo com isso, o sorriso no rosto perdura até agora. Mais detalhes e fotos do show no próximo post...

quinta-feira, outubro 6

O(S) FILME(S)



Dogtown And Z-Boys (Stacy Peralta, EUA, 2001)/Os Reis de Dogtown (Lords Of Dogtown, Catherine Hardwicke, EUA, 2005): Como um bando de guris, que só queriam andar de skate e se divertir, conseguiram criar toda uma cultura? É o que contam os dois filmes acima citados. O primeiro é um documentário que conta a história real de um bando de garotos de Venice, Califórnia, os Z-Boys, cuja ousadia e talento acabaram influenciando toda a cultura do skate atual, desde a atitude, a música e o vestuário. Com a seca que atingiu o estado americano em 1975, os meninos que estavam acostumados a andar com seus skates em ladeiras e pequenas rampas de concreto, descobriram o potencial das piscinas vazias e, literalmente, inventaram o skate vertical, o que lhes transformou em ídolos mundiais da noite para o dia. O documentário mostra os fatos e o que aconteceu com os personagens dessa história, com imagens da época - algumas raríssimas - e depoimentos dos protagonistas. Já o segundo é um filme que se aprofunda mais na história dos três garotos mais importantes desse momento, Stacy Peralta (John Robinson, de Elephant), Tony Alva (Victor Razuk) e Jay Adams (Emile Hirsch, de Um Show de Vizinha). Os três amigos são inseparáveis até que o sucesso nas competições de skate acaba por separá-los. Enquanto o bom-moço Peralta e o ególatra Alva alcançam o sucesso, o badboy Adams, o mais talentoso deles, acaba caindo totalmente no submundo. Mas mesmo com essa separação e a rivalidade inerente a relação dos três, a amizade inicial não termina. Catherine Hardwicke, a mesma diretora de Aos Treze, continua com seu estilo que mistura MTV com Kids, porém em Lords... ela alcança um melhor resultado, principalmente pela qualidade da história e pela atuação de Emile Hirsch, que se mostra um ator de altíssima qualidade ao conseguir demonstrar uma atitude radical em contraponto à sua estampa. Os dois filmes se completam e tem como elo principal Stacy Peralta, que dirigiu um e escreveu o roteiro do outro, com uma humildade pouco vista no mundo do cinema. Mesmo sendo dos três o que teve maior sucesso comercial na época, se tornando um ídolo da juventude, Peralta presta um tributo ao talento de Alva e, principalmente, Adams, que teve uma vida atribulada por conta de problemas com drogas e com a polícia. O documentário é encontrado nas boas locadoras e o filme estréia dia 21 de outubro.


O DISCO


Powered by Castpost

Paul Weller, As Is Now: O ex-vocalista do Jam e do Style Council volta com um ótimo álbum solo, que certamente vai agradar os antigos fãs dessas bandas e conquistar mais alguns. Weller, mesmo não negando seu passado - ecos de Jam podem ser ouvidos em Come On Let's Go e From The Floorboards Up, assim como o estilo new bossa do Style Council está presente em The Start Of Forever - mostra que pode se dar bem em outros estilos como o funk, o folk e o jazz. Destaques para as faixas Bring Back The Funk, Fly Little Bird e Blink And You'll Miss It


O FATO (1)



Esse cara aí de cima é o novo James Bond. O inglês Daniel Craig vai interpretar o lendário agente secreto no próximo filme da série, Cassino Royale. Craig, que pode ser visto em Sylvia e no excelente Layer Cake, difere dos outros Bonds pelo tipo físico, já que é loiro e todos os anteriores eram morenos. Apesar de ser um bom ator e ter algum carisma, acho que Craig será um novo Timothy Dalton e não esquentará lugar no papel. Foi a mesma coisa quando Roger Moore largou a série. Todos achavam que Pierce Brosnan era o mais indicado para ser o novo Bond, mas o escolhido foi Dalton e Brosnan assumiu o posto bem depois. Dessa vez vai ser igual: Craig faz dois ou três filmes, não dá certo e Clive Owen assume.

De qualquer forma, o cara merece respeito. Traçou a Sienna Miller e enfiou um par de chifres no Jude Law, hehehe...


O FATO (2)

Aqui no Rio Grande só tem um líder: GRÊMIO! Parece que mais uma vez o colorado vai morrer na praia. Bem feito. Ficaram uma semana na liderança e já estavam falando como campeões. Mesmo na segundona ainda é muito bom ser gremista...


A GOSTOSA


Viviane Bordin


Bah, o w.bloggar viajou! Perdi o post da semana passada...