segunda-feira, julho 26

AS CERTINHAS DO FABIAN

Sharon Stone, ainda mais linda aos 46 anos
O FILME DO ANO

Se alguém tinha alguma duvida quanto ao fato de que Charlie Kaufman é a mente mais brilhante de Hollywood atualmente, depois de ver Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças essa dúvida acaba. Apesar da qualidade beirando a genialidade demonstrada em Quero Ser John Malkovich e Adaptação, Kaufman consegue se superar nesse trabalho ao reinventar a comédia (?) romântica. Depois de descobrir que a ex-mulher Clementine (Kate Winslet) se submeteu a um procedimento médico para apagar as memórias de seu casamento mal-sucedido, Joel (Jim Carrey) resolve se vingar e fazer o mesmo. Porém, no meio do processo, Joel resolve desistir ao ver que as lembranças boas também serão apagadas. O filme então mostra a luta de Joel para salvar o que ainda resta das suas lembranças, levantando o seguinte questionamento: o que é melhor, simplesmente esquecer tudo que passou e se livrar do sofrimento que uma separação causa ou manter as lembranças por elas serem parte da vida e da experiência que adquirimos?

Depois da bizarrice de Quero Ser John Malkovich e da originalidade de Adaptação, Kaufman resolve falar de um tema comum a todas as pessoas do planeta, o amor. E mesmo num contexto fantasioso, Brilho Eterno... toca profundamente a todos nós, que já fomos felizes e tristes por causa do amor. Quem nunca tentou apagar da memória aquela pessoa que nos deixou e que nos causou grande sofrimento? Todos passamos por isso uma vez na vida. Mas mesmo sabendo que corremos o risco, ao começar uma nova relação, de passarmos por isso de novo, nos jogamos de cabeça em busca da felicidade e do amor eterno. Já dizia alguém que não lembro agora: "o melhor da viagem não é o destino, e sim a jornada". É justamente disso que trata o filme, do fato de que nós passamos a vida inteira procurando encontrar uma coisa que talvez nem exista, mas mesmo assim essa busca, na maioria das vezes infrutífera, nos proporciona momentos inesquescíveis, sejam eles bons ou ruins. Sendo essa jornada tão interessante, vale a pena nos privarmos das lembranças que ela nos traz apenas para nos livrarmos de uma tristeza passageira?

Não, não vale. Por provar isso e mostrar que estamos inconscientemente certos na nossa busca, Brilho Eterno... é o filme do ano. Mas talvez para alguns de nós, seja o filme da própria vida. Nota 10

Jim Carrey e Kate Winslet
Joel (Carrey) e Clementine (Winslet) em Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças
PARTY-PEOPLE

Os anos 80 definitivamente voltaram. Tal qual os yuppies da década retrasada, hoje em dia todo mundo tem cartão de visitas...

...menos eu. Mas já estou providenciando. Terá uma textura discreta, com letras chiques e de extremo bom gosto, Patrick Bateman style! E se alguém tiver um cartão mais bonito que o meu, eu convido pra vir aqui em casa, forro o chão, coloco um Huey Lewis And The News e chamo na machadada!!!
ADIÓS, AMIGOS!

Puta que pariu! Fazia tempo que eu não vibrava tanto num jogo de futebol como nesse Brasil X Argentina, final da Copa América. O Brasil jogou mal, não merecia ganhar o título, mas depois de ver o D'Alessandro e o Teves fazendo graça no fim do jogo como se a fatura já estivesse liquidada, o gol do Adriano no último segundo foi mais que merecido. A Argentina é o Inter da América do Sul, ganhar dos caras é sempre muito bom, seja no futebol ou no cuspe à distância. E ganhar o título com a seleção B, jogando mal, empatando no último segundo e ganhando a decisão por pênaltis é melhor ainda! Melhor seria se rolasse uma pancadaria, pra ganhar no campo e na porrada...

E pra confirmar a tese de que a Argentina é mesmo o Inter da América do Sul, você sabia que eles não ganham um titulo desde 1993? Pensando bem, se a Argentina é o Inter, seria o Brasil o Juventude???

METROSSEXUALIDADE

Cortar o cabelo, tudo bem. Fazer luzes, ok.

Mas tirar a sobrancelha também já é demais! Dói muito!!!

ALÔ, AMIGOS

Desculpem-me! Ando relapso com vocês. Esse mês de julho foi uma correria só em termos de trabalho. Trabalhei todos os dias e a maioria das noites. Por isso, o pouco tempo que eu tinha era pra curtir minha gatinha e colocar algumas coisas pessoais em dia. Nem tenho aberto o ICQ nem o MSN porque não tenho tempo. Tudo tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom disso é que eu, definitivamente, vou tirar o pé da lama em agosto. O lado ruim é que a saudade é grande.

O pior de tudo é que a partir de agosto eu começo a trabalhar na campanha política, o que vai tomar todas a minhas noites. Ou seja, vida social zero até outubro, no mínimo. As únicas coisas que posso pedir a vocês é paciência e compreensão. O que eu sei que certamente terei, já que vocês são os melhores amigos que alguém pode ter...

(post dedicado à Roxy, uma amiga querida que sempre teve tempo e paciência comigo e que eu nunca terei como retribuir)

terça-feira, julho 20

AS CERTINHAS DO FABIAN

Monica Bellucci, a grávida mais linda da história!
SOBRE MENINOS E LOBOS

Fuck Baudrillard! Clint Eastwood, quem diria, aquele cowboy bronco dos spaghetti westerns veio me dar nova esperança em relação ao cinema. Sobre Meninos e Lobos é daqueles filmes que dá gosto de ver. Dá pra encontrar de tudo lá: drama, ação, suspense. O filme conta a história de três amigos de infância que se afastam depois de um acontecimento trágico com um deles, Dave (Tim Robbins), vítima de pedofilia. O tempo passa e eles acabam se reencontrando por causa do assassinato da filha de Jimmy (Sean Penn), um comerciante que tem um passado violento de crimes e prisões. O terceiro menino já crescido, Sean (Kevin Bacon), é o policial encarregado do caso, que tem Dave como principal suspeito.

Como em todo bom filme policial, o mote do filme é a busca pelo verdadeiro assassino, mas Sobre Meninos... não fica só por aí. Eastwood, mesmo com uma discreta, porém brilhante, direção, acrescenta elementos de drama e mostra como cada um dos personagens reagiu em relação ao acontecimento do passado. O filme fala das escolhas pessoais e da maneira que o destino traça o caminho das pessoas mesmo quando elas tentam fugir desse caminho. Os atores são as principais atrações do fime. Sean Penn, vencedor do Oscar, tem momentos memoráveis como o pai em busca de vingança pela morte da filha, e Tim Robbins simplesmente tem a melhor atuação da sua carreira, no papel do angustiado Dave, que luta constantemente com o trauma da sua infância. Além deles, ainda temos as participações corretas de Kevin Bacon, Lawrence Fisbourne e de Laura Linney, que com apenas uma fala justifica a escalação de uma atriz de seu porte no pequeno papel da mulher de Jimmy. Não cabe, lógico, contar o final - que pode ser discutido nos comentários do post - mas posso dizer que não espere um final feliz. Assim como a vida real, Sobre Meninos... tem um final condizente com a trajetória dos personagens, e é aí que reside a sua qualidade. Veja o filme e depois me diga: o que Sean e Jimmy quiseram dizer naquela troca de olhares no desfile?

Enfim, um filmaço, que só não pode ser considerado uma obra-prima por causa de algumas cenas dispensáveis. Porém, essas cenas dão ainda mais vontade de ler o livro, que deve ser muito mais interessante que o filme. Tá na fila... Nota 9

Sobre Meninos e Lobos
Sean Penn e Tim Robbins rapando as fichas em Sobre Meninos e Lobos.
GRANDE DISCO!

Em algumas listas dos melhores do ano passado, figurou o disco de estréia do Mars Volta, De-Loused In The Comatorium. Quando baixei o disco, confesso que a primeira impressão não foi das melhores. Escutei pequenos trechos das faixas e achei tudo meio confuso, caótico demais. Porém, depois de escutar o disco de cabo a rabo, vi que se tratava de um maravilhoso disco de metal progressivo. Calma, não confunda o Mars Volta com os Dream Theaters e Angras da vida. A banda está mais para um Rush, alternando momentos mais pesados intercalados com climas mais melódicos, porém com uma mistura não-convencional de indie rock e virtuosismo poucas - ou nenhuma - vezes vista, que agrada tanto os fãs mais moderninhos como os mais conservadores. Uma esperança para um amante do rock das antigas como eu, que já estava sentindo falta de um pouco de guitarras, baixos e baterias bem tocadas no tal novo rock. Ah, e pra quem quer um aval, os Chili Peppers John Frusciante e Flea são fãs de carteirinha da banda, inclusive participando do disco, que tem a produção do mestre Rick Rubin. É mole ou quer mais?

Realmente, seu Baudrillard, ainda dá pra ter esperança na raça humana...

The Mars Volta
Os malucos por trás do som do Mars Volta

sábado, julho 17

AS CERTINHAS DO FABIAN

Ines Manta
DE QUEM É ESSA BUNDA?

Clique aqui!

Clique na imagem e veja mais fotos impressionantes da dona desse lindo derriére...
BAUDRILLARD TINHA RAZÃO

Eu sempre fui otimista quanto ao poder da raça humana de criar coisas novas e originais, principalmente no que diz respeito às artes, mas ultimamente esse otimismo tem diminuído. Alguns filmes que tem sido elogiados por toda a crítica simplesmente não tem me agradado. Depois de ver Dogville e não gostar tanto quanto a maioria das pessoas, dessa vez foi o aplaudido 21 Gramas que não me agradou. A tal montagem não-linear usada pelo diretor Alejandro Gonzales Inarritu me causou mais irritação do que entusiasmo, até porque depois de Amnésia e Irreversível - verdadeiros paradigmas nesse estilo de montagem - tudo parece uma cópia piorada desses filmes. Além disso, a história central sobre a aproximação de um recém-transplantado (Sean Penn) com a viúva de seu doador (Naomi Watts) já foi explorada inclusive em novelas da Globo. O filme é chato, arrastado e parece ter muito mais que as duas horas de duração. A única coisa que se salva é a atuação de Benício Del Toro, que no papel de um ex-presidiário em eterno conflito de consciência, fez mais que por merecer a indicação ao Oscar desse ano.

Mas talvez isso seja apenas uma fase pós-orgiástica que eu devo estar passando, mais voltado aos prazeres mundanos que à intelectualidade. Daqui a algum tempo, quem sabe eu dê uma segunda chance a Dogville e 21 Gramas. Até porque eu fiz isso com a música Losing My Religion do R.E.M., e deu certo. Ou alguem conseguia escutar essa música depois da maciça execução que ela teve nas rádios no início da década de 90?
QUE FASE!

Enquanto ilustres desconhecidos como Danilo entram no time do Inter e fazem quatro dos seis gols marcados pelo time contra o Atlético Paranaense, o Grêmio dá um baile no líder Palmeiras mas acaba perdendo por 2X0, piorando ainda mais a sua situação desesperadora no Campeonato Brasileiro.

Ninguém me tira da cabeça que o sapo do azar não está enterrado no gramado do Olímpico, mas sim, sentado na cadeira da presidência do clube. E com todo esse frio, os pés do presidente Flávio Obino devem estar ainda mais gelados. Enquanto isso, só resta para nós gremistas, torcermos para que o ano termine de uma vez, sem sermos rebaixados para a Segundona e que as eleições do clube façam justiça à essa administração perdedora e incapaz que está há dois anos nos dando somente tristezas.
EU ODEIO...

Continuando o assunto levantado pela Camila no seu blog, uma das comunidades "Eu Odeio" mais engraçadas do Orkut é a Eu Odeio a Gorda do Patrola. Pra quem não sabe, a tal "gorda do Patrola" é a jornalista (?) Mauren Motta, apresentadora do programa semanal da RBS TV. O programa é um grande sucesso há anos na TV gaúcha, mas a apresentadora está longe de ser uma unanimidade. Por suas formas rotundas e seu estilo nada discreto, Mauren é várias vezes confundida com o próprio nome do programa. Além disso, corre à boca pequena que a moça é extremamente arrogante e mal-educada. Num dos tópicos onde os participantes da comunidade dizem o motivo de seu ódio, podemos ver alguma declarações como "trabalho no Banrisul e ela tá sempre lá, dando escândalo, xingando as pessoas, como se fossem seus escravos", "ela dança como se só tivesse ela na pista e fica pisando no pé dos outros", "nunca gostei dela, mas desde um dia em que ela praticamente atropelou o meu namorado lá no Santander Cultural, qdo vinha correndo e esbarrou nele, e nem desculpas pediu, eu passei a odiá-la". Mauren também tem uma coluna semanal no jornal Zero Hora, e na sua última coluna, cujo título é Orkut? Tô fora, ela explica os motivos pelos quais ela não aderiu à nova onda internética: "Até entendo que, se você não tem nada de melhor para fazer, possa passar algumas horas na frente de uma máquina trocando opiniões sobre pessoas, coisas ou lugares. Agora virar um vício, que te tira tempo dos teus amigos de verdade, aí já é demais. Além disso, sou contra o uso da Internet para o mal. É muito fácil manipular pessoas virtualmente. Falar na cara é que é difícil. Aos covardes que se escondem atrás de um teclado, o meu desprezo". Pelo jeito a moça já tomou conhecimento da comunidade criada em sua homenagem, mas não teve o menor senso de humor nem humildade para aceitar as críticas negativas. Será que ela não sabe que quanto mais incomodada ela ficar, pior vai ser, tal como os apelidos de colégio?

Eu não conheço a moça pessoalmente, mas acho que ela representa - ao menos no programa - tudo o que eu ABOMINO numa mulher: a arrogância, a futilidade e a vulgaridade. Mauren é mais um dos exemplos de pessoas que não tem conciência da responsabilidade do espaço que ocupam na mídia, influenciando negativamente algumas pessoas que tomam como verdades absolutas as besteiras que ela fala e escreve. Por isso sou o mais novo integrante da comunidade orkutiana... EU ODEIO A GORDA DO PATROLA!!!

terça-feira, julho 13

AS CERTINHAS DO FABIAN

Minki Van Der Vesthuizen (ô nomezinho estranho, sô!)
BALANÇO PARCIAL 2004

Aproveitando a chegada da metade do ano e o Dia Mundial do Rock, elaborei algumas listinhas temáticas para comemorar (Rob Gordon mode=on):

5 MELHORES DISCOS DE 2004 ATÉ AGORA

Keane - Hopes and Fears
Morrissey - You Are The Quarry
Jet - Get Born
The Killers - Hot Fuss
Zero 7 - When It Falls

5 LENDAS VIVAS DO ROCK'N'ROLL

Ozzy Osbourne
Brian Wilson
David Bowie
Eric Clapton
Mick Jagger

5 MAIORES GÊNIOS DO ROCK'N'ROLL DE TODOS OS TEMPOS

Elvis Presley
Jim Morrison
John Lennon
Brian Wilson
Roger Waters

5 MAIORES BANDAS DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS

Beatles
Beach Boys
U2
Rolling Stones
Pink Floyd

5 MELHORES FILMES DE 2004 ATÉ AGORA

Spiderman 2
Kill Bill Vol.1
Encontros e Desencontros
Peixe Grande
Shrek 2

5 MELHORES COISAS DO ANO ATÉ AGORA

Conhecer a Camila (sim, ela também tem blog)
Fazer vários amigos novos
Ver que minhas escolhas estão dando resultado
Recuperar minha auto-estima
Orkut

5 COISAS QUE TEM QUE ACONTECER PRA QUE O ANO SEJA PERFEITO

O PT ganhar em POA de novo
Ganhar na Mega-Sena acumulada
Comprar minha ilha de edição
Pagar minhas dívidas
Manter minha sanidade

5 MELHORES POSTS DO ANO

É Tão Estranho, Os Bons Morrem Jovens

Pau De Dar Em Doido

A Dieta De South Poor Bitch

Stifler X Lloyd Dobler

A Vida Que Eu Pedi A Deus
VERGONHA NA CARA

Ontem, no Programa do Jô, o ator Arnaud Rodrigues, que também é presidente do Palmas, time do Tocantins, fez questão de mostrar a folha de pagamento do time. O maior salário é de R$ 1.160,00, mas a maioria ganha menos de R$ 600,00. Mesmo assim, o time é tetra-campeão estadual e fez uma belíssima campanha na Copa do Brasil deste ano, chegando às quartas-de-final, á frente de grandes times do futebol brasileiro, tais como o Internacional de Porto Alegre. Uma lição para os jogadores e, principalmente, para os dirigentes que estão por aí, acabando com a qualidade e com a decência do futebol do nosso país. Tomando como exemplo o meu time do coração, o Grêmio, chega a ser vergonhoso saber que jogadores como Baloy, Claudiomiro, Michel e, principalmente, o goleiro Tavarelli - o único goleiro do futebol mundial que não consegue levantar os braços - ganham mais do que todo um time que é capaz até de ganhar do Grêmio, do jeito que estão as coisas. Quem sabe seja essa a solução para o Grêmio, jogadores baratos que estejam a fim de trabalhar e mostrar serviço. Chega de mercenários desmotivados!

E no momento em que escrevo esse post, o Grêmio vai ganhando do Cruzeiro por 1X0, com o goleiro reserva Márcio - o melhor goleiro do Campeonato Paulista de 2004, jogando pelo Paulista de Jundiaí - fechando o gol. Quem sabe as coisas mudam?
O MESTRE

Eu não gosto de poesia. Não que nunca leia, mas não é um gênero que me agrade muito. Porém, Pablo Neruda é uma exceção. Ele foi, na minha opinião, o maior poeta que já existiu. Sua poesia é a mais genial expressão do amor, perfeita em todos os bons e maus momentos que ele nos proporciona. Por isso, em comemoração ao centenário de seu nascimento, publicarei aqui dois dos melhores poemas do mestre chileno:

Morre lentamente,
quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente,
quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente ,
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente,
quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente,
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e
os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente,
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece,
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.


****************

Quero que saibas uma coisa.
Tu já sabes o que é:
Se olho a lua de cristal,
o ramo rubro do lento outono
em minha janela,
se toco junto ao fogo
a implacável cinza ou
o enrugado corpo da madeira,
tudo me leva a ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz , metais,
fossem pequenos barcos
que navegam para estas tuas ilhas
que me aguardam.
Pois, ora, se pouco a pouco
deixas de me amar, de te amar, pouco a pouco, deixarei.
Se de repente me esqueces, não me procures,
já te esqueci também.
Se consideras longe e louco
o vento de bandeiras que canta minha vida
e te decides a me deixar na margem do coração
no qual tenho raízes, pensa que nesse dia
a essa hora levantarei os braços
me nascerão raízes procurando outra terra.
Porém, se cada dia, cada hora, sentes que a mim estás destinada com doçura implacável,
se cada dia se ergue uma flor
a teus lábios me buscando,
ai, amor meu, ai minha,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga
nem se esquece, do teu amor, amada,
o meu se nutre,
e enquanto vivas estará em teus braços
e sem sair dos meus.

quinta-feira, julho 8

AS CERTINHAS DO FABIAN*

Adriana Karembeu

* Pra quem pede o nome das musas das fotos, é só deixar o mouse parado em cima da foto que o nome aparece. Duh!
VIVA A PIRATARIA!

Que beleza! Depois de uma noite de downloads, acordo essa manhã com mais dois grandes discos na discoteca: a obra-prima dos Beach Boys, Smile, e o novo do Prodigy, Always Outnumbered, Never Outgunned. O primeiro é quase uma lenda da história do rock, já que nunca foi lançado mas é considerado um dos melhores discos já feitos. Brian Wilson, no auge da loucura, criou uma miscelânea de sons e climas entre várias canções antológicas como Surf's Up, Heroes And Villains - numa versão de mais de 10 minutos - e a clássica Good Vibrations. Psicodelia pura! Há rumores de que o disco será lançado oficialmente pela banda ainda esse ano, o que será certamente o grande lançamento do ano.

Já o segundo disco é a tão aguardada volta da banda que revolucionou a música eletrônica, longe dos estúdios desde o genial The Fat Of The Land, de 1998. Com várias participações especiais - tais como a atriz Juliette Lewis e os irmãos Gallagher - o disco é demais, um pouco mais pop mas sem perder a agressividade característica da banda. O destaque são as faixas Girls, com um clima que lembra o tecnopop dos anos 80, e The Way It Is, com o sample de Thriller, clássico de Michael Jackson. Aqui você pode ver o tracklist comentado pelo próprio Howlett. Vale lembrar que o disco tem previsão de lançamento apenas para setembro.

E ainda tem mais coisas ótimas na fila... Aguardem! E quem quiser alguma cópia, é só contatar por mail (Gmail, hein? Que chique!) que a gente negocia...
EU SOU UM PAI PRA VOCÊS

Para os chatos que procuram a foto da Ana Beatriz Barros feita pelo J.R. Duran e que enchem o saco no chatterbox, no mail e até no ICQ, tá aqui o que vocês queriam!

iGNORANCEiSbLISS é cultura, informação e mulher pelada!!!
É ISSO AÍ

Da coluna do Lúcio Ribeiro:

GERAÇÃO COCA-COLA

Mais sobre o mais legal refrigerante do mundo, mas que tem causado tanta discórdia no rock nacional.
Está por acontecer um boicote de bandas nacionais contra o grupo Charlie Brown Jr, depois do entreveiro lamentável com o Los Hermanos. Nenhuma das bandas que aderirem não aceitarão tocar em festivais que a banda do bravo Chorão for convidada. Capital Inicial e Jota Quest (quem?) foram os primeiros a aderir.


Um belo exemplo de vergonha na cara. Chorão e sua banda - que até que é legalzinha - tem que sofrer todo o tipo de represália pela barbaridade que ocorreu. Agora só falta armar um boicote ao próprio Jota Quest, pela agressão praticada há anos contra a qualidade do rock nacional...
SEM PERDER A ESPORTIVA

Tá certo que nenhum gremista tem direito de tocar flauta, mas tomar 5X1 do Botafogo, lanterna do campeonato e com direito a chocolate, gol de peito e frango do Clemer é demais!

A gangorra definitivamente quebrou. Os dois estão no chão. O Gre-Nal de sábado vai ser a disputa do roto contra o esfarrapado. Aposto todas minhas fichas num empate, provavelmente 0X0. Que chia desgraçada!!!

terça-feira, julho 6

AS CERTINHAS DO FABIAN

Kim Smith
ELEIÇÕES 2004

Abertas as discussões nos comentários: EM QUEM VOCÊ VAI VOTAR PARA PREFEITO DA SUA CIDADE? Responda dizendo o nome, o partido e uma explicação para a opção.

Começo eu então: Raul Pont (PT), porque Porto Alegre é uma ótima cidade de se morar, fruto de 16 anos de administração petista. Em time que está ganhando não se mexe...

Agora é com vocês, participem!
DE VOLTA ÀS TELAS

Depois de um mês longe das locadoras e de algum tempo afastado dos cinemas, voltei a ativa nesses últimos dias. Portanto, preparem-se para algumas micro-resenhas que virão à seguir, com uma nova característica, a cotação dos filmes. Vamos começar com dois lançamentos de peso das locadoras e um blockbuster do cinema:

Shrek 2: Ótimo! Em termos de piadas não chega a ser melhor quanto o primeiro, mas está no mesmo nível. Já quanto à qualidade da animação, o segundo filme dá de dez. Os cenários são extremamente realistas, mas sem perder a característica de "conto de fadas" - mesmo que seja ao contrário - da história. Dessa vez o Burro (Eddie Murphy) não tem tanto destaque quanto no primeiro filme. Em compensação, o novo personagem Puss'n'Boots (Antônio Bandeiras) rouba o filme, garantindo os momentos mais engraçados da história. Fique ligado nas inúmeras referências a filmes como Á Um Passo da Eternidade, Flashdance e Homem-Aranha e na trilha sonora, principalmente na versão genial de Pete Yorn para Ever Fallen In Love, clássico do Buzzcocks e na interpretação da Fada Madrinha (Jennifer Saunders) para o hit oitentista Holding Out For A Hero. Uma pergunta para quem já viu o filme: é impressão minha ou o bundão afeminado do Príncipe Encantado é a cara do Beckham? Ideal para um domingo de tarde, com seu amorzinho do lado e um pacote gigante de pipoca doce no colo. Nota 9.

Dogville: Calma, intelectualóides! O filme do picareta-mor Lars Von Trier não chega a ser uma obra-prima, mas já é bem melhor que o lixo Dançando no Escuro. A tão comentada direção de arte do filme - que dispensa cenários situando as casas da fictícia cidadezinha apenas com marcações no chão, como num grande teatro - é irritante e sufocante, assim como o excesso do uso de câmera na mão, operada pelo próprio Trier. Em compensação o roteiro é muito bom. Mostra exatamente a hipocrisia e a crueldade de uma cidade pequena, que parece inofensiva e amigável á primeira vista mas que esconde uma infinidade de frustrações, que podem levar qualquer um à ruína. O sentimento anti-americano que supostamente existe no filme é exagero, já que essas características são comuns à todas as cidades pequenas. Apesar de longo (três horas) e cansativo, o filme vale mesmo pelo final, que deixa a pergunta no ar: o que você faria se tivesse a oportunidade de se vingar de todos que já te fizeram mal? Trier já pode ser considerado um bom roteirista, mas para ser um bom diretor ainda falta muito. Nota 6,5.

O Último Samurai: Por mais que faça sempre o mesmo papel (segundo a famosa piada que você já deve ter recebido por e-mail), Tom Cruise é, sem dúvida, um dos melhores atores do nosso tempo. O Último Samurai é um daqueles épicos que dão gosto de se ver. Nada muito diferente de filmes como Coração Valente (a eterna referência para esse tipo de filme), mas ainda assim um ótimo filme. O mais interessante desse filme é o extremo anti-americanismo incutido na história. Pense bem, o filme bate forte no fato de que os EUA já são o câncer do mundo desde o século XIX, espalhando sua cultura armamentista e capitalista, estragando as tradições dos outros países, como no caso citado, onde a cultura dos samurais quer apenas manter as raízes da cultura japonesa, entrando em conflito com interesses econômicos e políticos os EUA e de seus parceiros japoneses. Tá, o filme fala de honra, coragem e outras coisas, mas para um ferrenho discípulo de Michael Moore como eu, essa é a principal característica do filme na minha opinião. Curiosidade: o personagem de Cruise cita a história dos 300 de Esparta - fato histórico retratado no clássico dos quadrinhos de Frank Miller que vai virar filme em breve (essa é pra ti, Cristiano :)) - para motivar o minúsculo exército samurai na batalha final do filme. Nota 8,5.

Shrek, Dogville e O Último Samurai
Shrek, Nicole Kidman e Tom Cruise, os astros do fim de semana

domingo, julho 4

"COISA BONITA"

Rachel Bilson
"FORÇA ESTRANHA"

Tá cada vez mais difícil escrever. Inspiração zero. Não que eu tenha deixado de pensar, analisar e refletir sobre a vida, mas isso não tem rendido grandes idéias e, consequentemente, grandes posts. Mas, como tudo na vida são fases, talvez quando eu menos espere a minha verborragia peculiar volte e eu consiga escrever normalmente. Enquanto isso, tenham paciência.

Mesmo assim, parafraseando o Rei Roberto, uma "força estranha" me leva a sempre deixar alguma coisinha aqui pra vocês. Ao menos pra acalmar o ego e satisfazer o vício...
"EMOÇÕES"

Quando eu tinha uns 15 anos de idade e o disco do Iron Maiden não saía do meu aparelho de som, eu escutava minha mãe escutando Roberto Carlos e ficava indignado. "Como é que tu consegue gostar desse cara", eu perguntava. Minha mãe só respondia: "quando tu ficar mais velho tu vai entender porque e vai gostar também". Sinceramente, mesmo sabendo do passado roqueiro do cantor, não conseguia imaginar que, 15 anos depois, eu iria gostar tanto daquelas mesmas músicas e que iria passar pela mesma situação da minha mãe. Hoje, escutando o Acústico gravado ano passado, meu irmão de 11 anos fez a mesma pergunta que eu costumava fazer, e eu dei a mesma resposta que minha mãe costumava dar. Tudo fez mais sentido. Você não consegue explicar a beleza daquelas músicas para um adolescente que ainda não provou de tudo de bom e de ruim que o amor pode oferecer. NInguém nunca falou de amor melhor que Roberto Carlos, o único que consegue falar de dor-de-cotovelo sem parecer corno ou bicha. Músicas como Detalhes, Outra Vez, Cavalgada, Emoções, Como Vai Você, Amor Perfeito, Sua Estupidez, Falando Sério, e A Distância, entre outras, justificam o título e mostram porque ele é chamado de REI há quarenta anos.

Eu nunca tinha visto um show do Rei antes. Descobri que vê-lo cantando ao vivo todas essas músicas é uma emoção indescritível. Você entra num mundo à parte, de romance, alegria e emoção. Mesmo tendo um ranço de especial global de fim-de-ano, o show é um verdadeiro espetáculo que deve ser visto ao menos uma vez na vida. Dono de uma extrema simpatia, todos aqueles maneirismos que fazem a alegria dos imitadores, são apenas parte do imenso carisma do Rei no palco. As músicas vão do mais puro rock à mais rasgada balada, levando o espectador do riso às lágrimas em segundos, sempre executadas por uma orquestra pra lá de talentosa e acompanhadas de um espetáculo de luzes digno de um show do primeiro mundo - vide a apresentação de Cavalgada, impressionante. As letras vem instantaneamente à cabeça e você tem que se censurar para não acompanhar a histeria que toma conta das coroas que lhe cercam com cartazes e gritos de paixão pelo cantor. Depois do show, a sensação é de puro êxtase, de quem viu uma coisa digna de se contar aos netos. As emoções ficam à flor da pele e você se sente um ser humano mais completo, daqueles que amam, que sofrem e se alegram com o amor e que celebram isso dizendo "EI, EI, EI! ROBERTO É NOSSO REI"!!! Não concorda? Então tente escutar Detalhes sem encher os olhos d'água...

P.S.: Um agradecimento especial à minha namorada, a mulher mais VIP do mundo e que me proporcionou este momento mágico no dia em que completamos um mês de namoro. Um beijão pra ti, gatinha! Essa é em tua homenagem: "eu não vou saber me acostumar sem sua mão pra me acalmar / sem seu olhar pra me entender, sem seu carinho, amor, sem você".

Roberto Carlos
The King
"SUA ESTUPIDEZ"

Tem coisas que não dá pra entender. Você consegue ver o Marcelo Camelo como sendo um cara do tipo que se mete em briga? Pois é, o cara é a santa paz de Deus. Em compensação, o vocalista do Charlie Brown Jr., Chorão, é totalmente o contrário, com sua fúria adolescente (apesar de já ter passado dos trinta) de punk de boutique. Colocando os dois lado a lado, mais parece o jock e o nerd que você estava acostumado a ver no colégio. E, como sempre, o nerd levou a pior. Por causa de uma suposta declaração de Camelo numa revista, Chorão partiu para a ignorância e deu um soco na cara de Camelo durante um vôo para Teresina, onde as duas bandas iriam se apresentar no fim de semana. Não cabe aqui julgar a qualidade das bandas, até porque seria mais covarde que a própria agressão - em favor do Los Hermanos, lógico - mas sim julgar a selvageria perpetrada pelo ogro santista, que as vezes passa do limite da rebeldia. Já não é a primeira vez que Chorão se envolve num caso de agressão. Ano passado, ele agrediu um fã num supermercado de Santos.

Engraçado como algumas pessoas que se dizem modernas, despidas de preconceito e defensoras da liberdade de expressão, como no caso de Chorão, partem para a ignorância na primeira opinião contrária. Totalmente reprovável e provalecida a atitude de Chorão, o que apenas mostra que o discurso é, na maioria das vezes, contrário à prática. Agora, cabe perguntar: por que ele não bate em ninguém do tamanho dele?

sexta-feira, julho 2

AS CERTINHAS DO FABIAN

Adriana Lima
LUTO OFICIAL

Marlon Brando morreu. O iGNORANCEiSbLISS decreta luto oficial. Afinal de contas, um ator que foi Jor-El e Dom Corleone merece todo nosso respeito (sem esquecer a cláaaaassica cena da manteiga em O Último Tango em Paris). Que ele descanse em paz, ele que foi, sem dúvida, o maior ator de todos os tempos. Você duvida? Então veja a cena de Dom Corleone na funerária em O Poderoso Chefão I, pedindo para que o agente funerário deixe o corpo massacrado do filho Sonny (James Caan) apresentável para o velório. Sem dúvida, a melhor interpretação de um ator já registrada em película.

Pelo jeito a danada resolveu trabalhar nesse mês. Ray Charles, Brizola e agora Brando! E isso que agosto ainda nem começou...

Marlon Brando
Marlon Brando - o eterno Dom Vito Corleone
SPIDERMAN II

Eu até queria fazer uma resenha sobre o filme, mas não há como falar nada além de SENSACIONAL!!! Sam Raimi matou a pau mais uma vez e fez o melhor filme de super-heróis de todos os tempos. Todos os pontos fracos do primeiro filme foram melhorados - tais como a computação gráfica que ficou artificial em alguns momentos e que no segundo filme está perfeita - e a idéia de mostrar um Peter Parker (Tobey Maguire) em dúvida quanto à sua condição de herói veio muito bem a calhar, proporcionado ao filme momentos que alternam entre o humor - a cena do elevador, hilária - o romance e a emoção. A cena da luta do Aranha contra o Dr. Octopus (Alfred Molina) no trem já é A cena de ação do ano e Mary Jane (Kirsten Dunst) está ainda mais adorável. E preste atençao no Dr. Connors, professor de Parker, o provável vilão do terceiro filme (Escorpião). Não perca!!!

Ah, mas você quer uma resenha? Vá no Omelete ou no Cinema Em Cena. Eles são profissionais, eu não...

Spiderman 2
O Aranha sofrendo na(s) mão(s) do Dr. Octopus na já clássica cena do trem.