sexta-feira, abril 8

ATESTADO DE ÓBITO

Será que eu sou insensível demais, puritano demais ou burro demais por ter achado Os Sonhadores (The Dreamers, Bernardo Bertolucci, França, 2003) um filme bem fraquinho? Tirando os peitos da Eva Green (e só os peitos, porque ela tem cara de cavalo), a sensacional trilha sonora com Janis, Doors e Bob Dylan e a honesta atuação de Michael Pitt, de resto é apenas apelação sexual, gratuitamente chocante e, de certa forma, preconceituosa. O filme retrata os franceses como exóticos, pervertidos e malucos, em contraponto à lucidez americana, contestadora do amor livre e ao apego à revolução. Uma coisa que poderia ter salvado o filme, o retrato da atmosfera política da Paris revolucionária de maio de 1968, é deixada em terceiro ou quarto plano. As discussões políticas e culturais subestimam qualquer pessoa com um pouco mais de informação e cultura que a média, de tão óbvias. Em resumo, filme pra intelectualóide ver e posar de bacana em mesas de bar.

Aliás, depois dessa eu acho que não posso mais nem passar perto do Ossip. Certamente vou tomar um tiro...

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