terça-feira, julho 6

DE VOLTA ÀS TELAS

Depois de um mês longe das locadoras e de algum tempo afastado dos cinemas, voltei a ativa nesses últimos dias. Portanto, preparem-se para algumas micro-resenhas que virão à seguir, com uma nova característica, a cotação dos filmes. Vamos começar com dois lançamentos de peso das locadoras e um blockbuster do cinema:

Shrek 2: Ótimo! Em termos de piadas não chega a ser melhor quanto o primeiro, mas está no mesmo nível. Já quanto à qualidade da animação, o segundo filme dá de dez. Os cenários são extremamente realistas, mas sem perder a característica de "conto de fadas" - mesmo que seja ao contrário - da história. Dessa vez o Burro (Eddie Murphy) não tem tanto destaque quanto no primeiro filme. Em compensação, o novo personagem Puss'n'Boots (Antônio Bandeiras) rouba o filme, garantindo os momentos mais engraçados da história. Fique ligado nas inúmeras referências a filmes como Á Um Passo da Eternidade, Flashdance e Homem-Aranha e na trilha sonora, principalmente na versão genial de Pete Yorn para Ever Fallen In Love, clássico do Buzzcocks e na interpretação da Fada Madrinha (Jennifer Saunders) para o hit oitentista Holding Out For A Hero. Uma pergunta para quem já viu o filme: é impressão minha ou o bundão afeminado do Príncipe Encantado é a cara do Beckham? Ideal para um domingo de tarde, com seu amorzinho do lado e um pacote gigante de pipoca doce no colo. Nota 9.

Dogville: Calma, intelectualóides! O filme do picareta-mor Lars Von Trier não chega a ser uma obra-prima, mas já é bem melhor que o lixo Dançando no Escuro. A tão comentada direção de arte do filme - que dispensa cenários situando as casas da fictícia cidadezinha apenas com marcações no chão, como num grande teatro - é irritante e sufocante, assim como o excesso do uso de câmera na mão, operada pelo próprio Trier. Em compensação o roteiro é muito bom. Mostra exatamente a hipocrisia e a crueldade de uma cidade pequena, que parece inofensiva e amigável á primeira vista mas que esconde uma infinidade de frustrações, que podem levar qualquer um à ruína. O sentimento anti-americano que supostamente existe no filme é exagero, já que essas características são comuns à todas as cidades pequenas. Apesar de longo (três horas) e cansativo, o filme vale mesmo pelo final, que deixa a pergunta no ar: o que você faria se tivesse a oportunidade de se vingar de todos que já te fizeram mal? Trier já pode ser considerado um bom roteirista, mas para ser um bom diretor ainda falta muito. Nota 6,5.

O Último Samurai: Por mais que faça sempre o mesmo papel (segundo a famosa piada que você já deve ter recebido por e-mail), Tom Cruise é, sem dúvida, um dos melhores atores do nosso tempo. O Último Samurai é um daqueles épicos que dão gosto de se ver. Nada muito diferente de filmes como Coração Valente (a eterna referência para esse tipo de filme), mas ainda assim um ótimo filme. O mais interessante desse filme é o extremo anti-americanismo incutido na história. Pense bem, o filme bate forte no fato de que os EUA já são o câncer do mundo desde o século XIX, espalhando sua cultura armamentista e capitalista, estragando as tradições dos outros países, como no caso citado, onde a cultura dos samurais quer apenas manter as raízes da cultura japonesa, entrando em conflito com interesses econômicos e políticos os EUA e de seus parceiros japoneses. Tá, o filme fala de honra, coragem e outras coisas, mas para um ferrenho discípulo de Michael Moore como eu, essa é a principal característica do filme na minha opinião. Curiosidade: o personagem de Cruise cita a história dos 300 de Esparta - fato histórico retratado no clássico dos quadrinhos de Frank Miller que vai virar filme em breve (essa é pra ti, Cristiano :)) - para motivar o minúsculo exército samurai na batalha final do filme. Nota 8,5.

Shrek, Dogville e O Último Samurai
Shrek, Nicole Kidman e Tom Cruise, os astros do fim de semana

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