sábado, julho 17

BAUDRILLARD TINHA RAZÃO

Eu sempre fui otimista quanto ao poder da raça humana de criar coisas novas e originais, principalmente no que diz respeito às artes, mas ultimamente esse otimismo tem diminuído. Alguns filmes que tem sido elogiados por toda a crítica simplesmente não tem me agradado. Depois de ver Dogville e não gostar tanto quanto a maioria das pessoas, dessa vez foi o aplaudido 21 Gramas que não me agradou. A tal montagem não-linear usada pelo diretor Alejandro Gonzales Inarritu me causou mais irritação do que entusiasmo, até porque depois de Amnésia e Irreversível - verdadeiros paradigmas nesse estilo de montagem - tudo parece uma cópia piorada desses filmes. Além disso, a história central sobre a aproximação de um recém-transplantado (Sean Penn) com a viúva de seu doador (Naomi Watts) já foi explorada inclusive em novelas da Globo. O filme é chato, arrastado e parece ter muito mais que as duas horas de duração. A única coisa que se salva é a atuação de Benício Del Toro, que no papel de um ex-presidiário em eterno conflito de consciência, fez mais que por merecer a indicação ao Oscar desse ano.

Mas talvez isso seja apenas uma fase pós-orgiástica que eu devo estar passando, mais voltado aos prazeres mundanos que à intelectualidade. Daqui a algum tempo, quem sabe eu dê uma segunda chance a Dogville e 21 Gramas. Até porque eu fiz isso com a música Losing My Religion do R.E.M., e deu certo. Ou alguem conseguia escutar essa música depois da maciça execução que ela teve nas rádios no início da década de 90?

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