segunda-feira, julho 24

NADA É O QUE PARECE



Os aspectos relevantes à qualidade de um filme geralmente são os mesmos: bons atores, competência do diretor, excelência técnica... Porém, mesmo quando esses fatores dão a impressão de que o filme vai ser muito bom, acontece o contrário. Vejamos os exemplos de Tristão e Isolda (Tristan + Isolde, Kevin Reynolds, EUA, 2006) e Superman - O Retorno (Superman Returns, Bryan Singer, EUA, 2006). No caso do primeiro, tudo levava a crer que seria uma grande bomba: o argumento do "romance proibido que acaba em tragédia" já foi mais que explorado na grande tela; o diretor, Kevin Reynolds, nunca foi levado a sério pela crítica especializada; os personagens principais são interpretados por atores que nunca tiveram muito destaque em seus filmes anteriores. Mas o que se viu na tela é uma bela versão da lenda eternizada por Wagner em sua ópera. James Franco rouba a cena ao fazer um Tristão tristonho (com o perdão do trocadilho infame), profundo, condizente com seu drama interno, ao ter que escolher entre sua honra e seu amor pela mulher de seu melhor amigo e líder. Sophia Myles tem a doçura necessária ao personagem e, mesmo não sendo uma atriz belíssima, apaixona em cada cena. Até mesmo o canastrão Rufus Sewell, ator quase onipresente nas produções "B" de Hollywood, mostra um surpreendente carisma na sua interpretação do Lorde Marke, fazendo com que o público entenda ainda mais o dilema de Tristão. E, por fim, Kevin Reynolds mostra que é um especialista em filmes ambientados na idade média, chegando ao seu auge nesse filme, ao mostrar com crueza as condições de vida daquela época. Sem contar as cenas de luta, brutais e realistas, que dão ainda mais credibilidade ao filme. O filme dá uma impressão de despretensionismo em todos os momentos, e é justamente por isso que surpreende positivamente.

É esse justamente o principal pecado de Superman - O Retorno. É fato que Bryan Singer é um dos diretores mais egocêntricos e petulantes de Hollywood. Muita gente diz que o garoto é insuportável de se trabalhar. Mas até então, sua arrogância se justificava pelo resultado final de seus filmes, irrepreensíveis. Depois de elevar os filmes de quadrinhos a um nível superior com X-Men 2, todos esperavam que Singer fizesse um trabalho exemplar com a volta do Homem de Aço às telonas. Mas o que se vê é toda a arrogância do diretor expressa em celulóide. Sob a desculpa de humanizar os dramas pessoais do Super Homem, Singer fez um filme chato, melodramático e sem ritmo. A pretensão de tratar com profundidade a relação do Super Homem com Lois Lane e suas atribuições como o salvador da humanidade foi por água abaixo, e o único culpado por isso é Bryan Singer. Já dizia um comentarista esportivo: "a culpa não é do jogador, e sim do técnico que o escala". Singer errou feio na escolha dos atores principais. Brandon Routh até agrada visualmente como Superman, mas na hora que abre a boca, a única emoção que provoca é saudade do grande Christopher Reeve. Suas cenas como Clark Kent são deprimentes, longe da comicidade que Reeve dava ao repórter, e quando está com a roupa azul, sua tentativa de parecer heróico lhe dá a aparência de um robô. Kate Bosworth é beeeem melhor que a baranga Margot Kidder dos primeiros filmes, mas também não convence como Lois Lane. Falta-lhe experiência e carisma, e sua cara de menina não lhe dá credibilidade nenhuma como uma ganhadora do Pulitzer e mãe de um menino de cinco anos. Mas a maior decepção entre os atores é Kevin Spacey, que pelo trailer prometia grandes momentos na pele de Lex Luthor. Não é o que acontece. Sua interpretação balança entre o cômico e o insano, sem agradar em nenhum dos aspectos. O filme só se salva pelos efeitos especiais, com cenas impressionantes e criativas, principalmente quando Superman toma um tiro no olho, mas no conjunto esse esmero técnico sucumbe ao melodrama raso que mais irrita que emociona. Ao deixar a diversão de lado em favor da emoção, Singer não acerta em nenhum alvo, decepcionando quem esperava ansiosamente a volta do Superman. Melhor seria que ele não trocasse de lugar com Brett Ratner - primeiramente escalado para dirigir Superman e que acabou tomando o lugar de Singer em X-Men 3. Os fãs dos mutantes e do Homem de Aço ficariam mais satisfeitos.


A VOLTA DO MESTRE

Depois de 6 anos longe das telas, Darren Aronofsky volta com o grandioso The Fountain, uma história de amor, morte e espiritualidade que se passa no intervalo de 1000 anos!!! Das duas, uma: ou Aronofsky cala a boca dos críticos que detonaram esse filme antes mesmo dele estrear, ou se consolida como o mais talentoso diretor surgido nos últimos anos. O trailer promete...




A CERTINHA

Dizem que a nova namorada de Leonardo DiCaprio é a modelo israelense Bar Rafaeli. O que você acha? Ele ganhou na troca? Eu acho que sim...


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