terça-feira, março 8

MINHA NOVA FEBRE

The Faint


The Faint propõe megamix de new wave, punk e até reggae

Demorô, mas já chega às lojas de importados o novo álbum do The Faint. Chama "Wet from Birth" e é mesmo tudo de bom. As faixas são ligeiramente mais rock’n’roll, com guitarras sobre as camadas de sons sintetizados que são o principal charme do grupo.

Confiantes, eles voltam à cena neste terceiro álbum de estúdio, lançado depois do delicioso "Danse Macabre", de remixes. O CD abre com "Desperate Guys", em que as notas de um cello ecoam até entrar o vocal de Todd Baechle e o baixo funky de Joel Petersen.

O líder Baechle é um vocalista pra lá de passional e também responsável por parte dos sintetizadores. Nas letras, ele discorre sobre a ansiedade dos meninos diante de luxúria e paranóia, terrorismo e renascimento. Essa textura dark das palavras é perfeita para os beats new wave da banda. Os outros membros são Jacob Thiele, o tecladista oficial, mais Clark Baechle e Dapose, na guitarra principal, que está cada vez mais pesada.

Outro hit é "How Could I Forget", que começa ingênua e vai ficando suja e gótica, no limite. Já "I Disappear" traz resquícios de synthpop e arrasa no groove. "Southern Belles in London" tem cordas e um jeito folk encantador. A sexy "Erection" lembra aquelas faixas funkeadas do Depeche Mode.

Para as pistas de electro, a favorita é "Paranoiattakk", enquanto "Drop Kick The Punks" é a mais pesada em estilão anos 70. Nesse megamix de referências, ainda rola "Phone Call", um reggae tipo The Clash, e "Sympton Finger", de sonoridade new wave por baixo de muito barulho. O álbum fecha em clima épico com "Birth", uma canção que emociona.

The Faint é de Omaha (Nebraska, EUA) e despontou para a descolândia underground em 2001 com um punk rock cheio de grooves de acento electro, tornando-se uma das precursoras da atual cultura discopunk. Antes, os meninos pertenciam à prolífica categoria de guitar band. Tudo muito interessante, mas meio preguiçosa na hora de animar uma pista.

A mudança veio com a aquisição de um teclado original dos 80, que entrou na sonoridade do grupo. O resultado é arrebatador, bom para dançar, como se confirma nesse "Wet from Birth". 30.11.2004

HISATO
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Depois deles, do Kaiser Chiefs, do Bravery, do Futureheads e do Bloc Party estou mais que convencido de que o revival dos anos 80 na música atual está bebendo, basicamente, da new wave. Daqui a pouco grupos como A Flock Of Seagulls, Wang Chung e Men Without Hats vão ter o reconhecimento merecido, coisa que não aconteceu nem mesmo na sua época.

Só não vale usar chapéu cor de rosa, passar batom e pintar os olhinhos. O mundo só precisa de um Boy George a cada 1.000 anos...

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