O bom cinema não vive só de cabecices. Cinema antes de mais nada é sinônimo de entretenimento, e o verão americano é a época propícia para filmes desse tipo. Entre muitas besteiras, alguns até se salvam. Não que sejam filmes que vão mudar a nossa vida, ou que nos façam tecer elocubrações sobre a nossa existência, ou qualquer coisa do gênero, mas sim, vão simplesmente nos fazer dar boas risadas. Wedding Crashers (David Dobkin, EUA, 2005) e Fantastic Four (Tim Story, EUA, 2005) são dois filmes que cumprem muito bem esse papel.
Fantastic Four é o concorrente marveliano de Batman Begins, filme da concorrente D.C. Comics. Dessa vez a história se inverteu: Batman é um dos melhores filmes de super-herói já feitos e colocou a D.C. em pé de igualdade com a Marvel. Porém, não quer dizer que F4 é um filme ruim. É um bom filme. Raso, infantil, mas divertido. Desde que Hollywood começou a lançar um filme de super-herói atrás do outro, eu esperava ver um filme do Quarteto, e não me decepcionei. A história da origem dos heróis está um pouco diferente da versão dos quadrinhos, já que nos quadrinhos Victor Von Doom não participa da viagem ao espaço junto com a equipe de Reed Richards, mas isso até que funciona no filme, ajudando a caracterizar a transformação do milionário latveriano no terrível Dr. Destino. Quanto à falta de maiores aprofundamentos na questão psicológicas dos personagens, vale lembrar que, ao contrário de outros heróis como o Demolidor e Batman, o Quarteto Fantástico dos quadrinhos sempre foi bem mais leve que os demais, focando suas histórias pura e simplesmente na ação. Nesse ponto, o filme também é totalmente coerente, já que se preocupa mais com a ação do que com a emoção. E a ação é de primeira linha, principalmente pela empolgante luta final, quando o Quarteto trabalha pela primeira vez em equipe, tal como nos quadrinhos. O filme peca apenas em algumas escolhas. Tim Story mostra que não é ainda um diretor à altura de um filme como esse, demonstrando falta de ritmo em algumas partes do filme. Ioan Gruffudd faz um Reed Richards meio abobalhado, hesitante, bem diferente do grande líder que estamos acostumados nos quadrinhos. E - não acredito que falarei isso, mas... - Jessica Alba não deveria estar nesse filme. A Sue Storm que conhecíamos não era, nem de longe, parecida com Alba. Sue era sexy, mas numa linha mais madura, mais clássica, bem diferente do estilo gostosa-latina de Alba. Isso sem contar que Jessica Alba é uma atriz que, pela sua falta de talento, deve ser usada como em SIn City: pouca roupa e poucas falas. Em compensação, a dupla Chris Evans (Juhnny Storm - Tocha Humana) e Michael Chiklis (Ben Grimm - O Coisa) garantem a diversão; e Julian McMahon (Victor Von Doom - Dr. Destino) não poderia ser um vilão melhor, já que desde sua primeira aparição já conquista a antipatia da platéia. Enfim, se você também acha que cinema é diversão, F4 é um bom programa.
Já Wedding Crashers é a novo trabalho do grupo de novos comediantes americanos conhecido por Frat Pack, formado por Vince Vaughn, Will Ferrell, Ben Stiller e os irmãos Owen e Luke Wilson. Nesse filme, Vaughn e Owen WIlson fazem uma dupla de escroques que entram de penetras em casamentos apenas para conquistar garotas. Suas vidas vão bem até que Wilson se apaixona pela irmã da noiva de um dos casamentos, que vem a ser a filha de um político tradicional. Daí em diante, confusões em cima de confusões fazem com que a platéia role de rir, principalmente pelo romance nada tradicional entre Vince Vaughn - O CARA! - e a louquinha Gloria (Isla Fisher). Uma comédia romântica totalmente machista, cheia de mulheres lindas e seminuas e politicamente incorreta e, justamente por isso, de rachar o bico. O filme está estourando nas bilheterias americanas e a dupla está sendo comparada a Dean Martin e Jerry Lewis (na minha opinião, nada a ver). Pra quem - como eu - gosta dos outros filmes da Frat Pack como Dias Incríveis e Dodgeball, Wedding Crashers é diversão garantida.
Jerry Lewis, Dean Martin e Os Incríveis
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