BASEADO NUMA HISTÓRIA REAL
O professor de roteiro interpretado por Brian Cox em Adaptação dizia que a vida das pessoas é tão cheia de emoções que podem ser transformadas em um filme. Na verdade não é bem assim. Ainda bem, porque nem todos tem uma vida que merece ser contada em película. Em compensação, algumas pessoas parecem até que nasceram para virar roteiros de cinema. Suas biografias deixam marcas na história, tornando-as ícones e ídolos para muitos. O cinema tem feito justiça à essas pessoas com belos filmes biográficos como, por exemplo, O Mundo de Andy, The Doors, Hurricane e Uma Mente Brilhante. Porém, algumas vezes, o cinema comete alguns erros na escolha dessas biografias. Atualmente nas locadoras estão dois exemplos bem distintos de filmes biográficos, O Custo da Coragem e Sylvia.
Em O Custo da Coragem, o veterano Joel Schumacher se junta ao produtor Jerry Bruckenheimer numa produção modesta - levando em conta o currículo dos dois - para contar a vida da jornalista irlandesa Veronica Guerin, que foi assassinada em 1998 por denunciar os chefões do trafico de heroína em Dublin. Veronica (Cate Blanchett), uma jornalista decidida e corajosa, não cedeu às inúmeras ameaças à sua vida e à vida de sua família e colocou nas primeiras páginas do maior jornal da Irlanda o rostos e os nomes dos responsáveis pela onda de violência causada pelo tráfico na Dublin dos anos 90. Por seu trabalho de investigação, por sua coragem ao denunciar esses fatos e, principalmente, por seu assassinato a tornar uma mártir e mobilizar a opinião pública irlandesa, Veronica conseguiu sozinha mudar a lei do país e botar todos os grandes traficantes atrás das grades. Ou seja, uma biografia digna de ser contada, por ser um exemplo de idealismo e de coragem. Nota 8.
Por outro lado, Sylvia conta a história da poetisa Sylvia Plath, uma das escritoras mais lidas do século XX, e seu atribulado casamento com o escritor Ted Hughes. Nada contra a obra de Sylvia, porem a sua vida não tem nada de interessante que a faça merecer ser contada no cinema, a não ser que uma pessoa depressiva, carente e suicida seja interessante. Sylvia passa o tempo todo obcecada com a idéia de que o marido a trai, e quando ela enfim consegue definitivamente perder o amor dele, se suicida. Enfim, um exemplo de vida nem tão original e nada edificante. Por isso, Sylvia nada mais é que um grande desperdício de película. A única coisa que o filme tem de bom é a escolha da atriz mais insossa do mundo, Gwyneth Paltrow, no papel da insossa Sylvia. Não poderia ter escolha mais perfeita para um filme chato e modorrento como esse. Nota 3.
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