Já me disse com sabedoria minha gatinha: as melhores coisas não podem ser publicadas num blog. E minha mãe uma vez disse que não é bom falar muito das coisas boas porque atraem a inveja dos infelizes. Além disso, todo mundo sabe que a felicidade - ao menos para mim - não é sinônimo de inspiração. Com a chegada do meu aniversário e, consequentemente, o final do meu inferno astral de agosto, a felicidade retornou a esses pagos e pelo jeito ainda vai ficar por um bom tempo. Ou seja, total falta de assunto e muito sorriso no rosto.
Poderia falar de alguns filmes que vi ultimamente - por exemplo, Layer Cake e The 40 Year Old Virgin, excelentes. Poderia falar alguma coisa sobre as estréias das novas temporadas de Lost e The O.C., dos discos novos do Franz Ferdinand, do Ryan Adams, do Deep Purple, do Neil Young, do Nada Surf, da crise em Brasília, do Katrina, do referendo (meu voto é CONTRA). Enfim...
Continuo ligado no mundo e minha vida continua muito bem, inclusive com perspectivas de melhorar nos próximos anos. Meu ódio por algumas pessoas e por algumas instituições continua. Mas a verdade é que eu hoje acho bem melhor deixar as coisas ruins quietinhas no canto delas e aproveitar o que é bom, como um disco do Smiths ou um filme do Peter Sellers. Confesso que cogitei fechar esse blog e me encostar lá pelo milamori como colaborador, mas tenho um problema sério com rompimentos radicais. Cheguei a conclusão que a única coisa que me motivava a dar uma de crítico musical e cinematográfico era o fato de ver e escutar os lançamentos antes dos outros, mas hoje todo mundo tem banda larga e já descobriu como usar o BitTorrent. Além disso, descobri que escrevo muito mal, e se eu não sou o melhor em alguma coisa, prefiro me recolher ao meu canto e me resignar a minha insignificância.
Por isso, provavelmente esse blog não terá mais nenhuma resenha, ou comentário, ou egotrip. Não pretendo fechá-lo, mas talvez achar um novo formato que me tome menos tempo e menos trabalho mental. Talvez começar a escrever menos, fazer posts de duas linhas, listar os lançamentos e dar estrelinhas de cotação, sei lá... O mais provável é que eu coloque um aviso de proibido para menores de 18 anos e transforme num blog de putaria.
Só sei de uma coisa: entre a minha felicidade e a volta da inspiração decorrente da tristeza, fico com a primeira opção.