domingo, setembro 25

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Já me disse com sabedoria minha gatinha: as melhores coisas não podem ser publicadas num blog. E minha mãe uma vez disse que não é bom falar muito das coisas boas porque atraem a inveja dos infelizes. Além disso, todo mundo sabe que a felicidade - ao menos para mim - não é sinônimo de inspiração. Com a chegada do meu aniversário e, consequentemente, o final do meu inferno astral de agosto, a felicidade retornou a esses pagos e pelo jeito ainda vai ficar por um bom tempo. Ou seja, total falta de assunto e muito sorriso no rosto.

Poderia falar de alguns filmes que vi ultimamente - por exemplo, Layer Cake e The 40 Year Old Virgin, excelentes. Poderia falar alguma coisa sobre as estréias das novas temporadas de Lost e The O.C., dos discos novos do Franz Ferdinand, do Ryan Adams, do Deep Purple, do Neil Young, do Nada Surf, da crise em Brasília, do Katrina, do referendo (meu voto é CONTRA). Enfim...

Continuo ligado no mundo e minha vida continua muito bem, inclusive com perspectivas de melhorar nos próximos anos. Meu ódio por algumas pessoas e por algumas instituições continua. Mas a verdade é que eu hoje acho bem melhor deixar as coisas ruins quietinhas no canto delas e aproveitar o que é bom, como um disco do Smiths ou um filme do Peter Sellers. Confesso que cogitei fechar esse blog e me encostar lá pelo milamori como colaborador, mas tenho um problema sério com rompimentos radicais. Cheguei a conclusão que a única coisa que me motivava a dar uma de crítico musical e cinematográfico era o fato de ver e escutar os lançamentos antes dos outros, mas hoje todo mundo tem banda larga e já descobriu como usar o BitTorrent. Além disso, descobri que escrevo muito mal, e se eu não sou o melhor em alguma coisa, prefiro me recolher ao meu canto e me resignar a minha insignificância.

Por isso, provavelmente esse blog não terá mais nenhuma resenha, ou comentário, ou egotrip. Não pretendo fechá-lo, mas talvez achar um novo formato que me tome menos tempo e menos trabalho mental. Talvez começar a escrever menos, fazer posts de duas linhas, listar os lançamentos e dar estrelinhas de cotação, sei lá... O mais provável é que eu coloque um aviso de proibido para menores de 18 anos e transforme num blog de putaria.

Só sei de uma coisa: entre a minha felicidade e a volta da inspiração decorrente da tristeza, fico com a primeira opção.

terça-feira, setembro 13

FESTINHA!


BLOG NOVO (NOVO?)

Ela voltou. Já estava parecendo o Guns n'Roses, mas agora parece ser para valer. A mulher mais linda e inteligente do mundo resolveu voltar à blogosfera, proporcionando a nós, mortais, um pouquinho do seu humor e de sua sabedoria. Veja mais em milamori.blogspot.com.

sexta-feira, setembro 9

AS CERTINHAS...


GUARDEM MINHAS PALAVRAS:

O funk carioca vai ser a próxima moda.


Já diz a musa Tati Quebra-Barraco, eu sou feia mas tô na moda. O funk carioca é feio, chulo e brega, mas está atravessando as fronteiras do Brasil e conquistando fãs lá fora. Já é até personagem da novela das oito! A diva M.I.A., com seu sucesso Bucky Down Gun, é uma das queridinhas das baladas indies mais descoladas e vai ser uma das atrações do Tim Festival em outubro. Daqui a pouco o Caetano Veloso lança um disco de funk com versões de voz e violão e todos os bacanas vão botar a mão no joelhinho e rebolar ao som do DJ Marlboro.

Eu, que já muito execrado por dizer abertamente que gosto de funk, vou ter finalmente a minha vingança...
JUDAS PRIEST E WHITESNAKE - GIGANTINHO - 06/09/2005

O heavy metal sobrevive, e muito forte. Foi o que deu pra ver na noite de terça no show que o Judas Priest e o Whitesnake fizeram aqui em Porto Alegre. Por mais que digam que o gênero perdeu força nos últimos anos, a verdade é que ainda o som pesado tem fãs, e muitos, diga-se de passagem. E não são aqueles remanescentes das saudosas décadas de 70 e 80, quando o HM era forte. Muitos adolescentes, com suas camisetas pretas e cabelos compridos, mantém viva a chama do rock. No Gigantinho era comum ver rugas e barrigas ao lado de rostos imberbes, todos cantando as letras em uníssono, como se fossem sucessos radiofônicos atuais. E todos esses boquiabertos pela chance de ver dois ícones do metal ainda em plena forma.

O Whitesnake abriu o show disposto a ganhar a platéia logo de cara. É notória a antipatia que alguns tem pelo vocalista David Coverdale pela postura de sex symbol adotada nos anos 80, a ponto de se esquecerem que Coverdale surgiu como vocalista do lendário Deep Purple nos anos 70. Para lembrar esse momento de sua carreira, a banda abriu o show com um medley de Burn/Stormbringer, dois clássicos do Purple. Daí em diante, foi um clássico atrás do outro: Bad Boys, Still Of The Night, Crying In The Rain, Slow An'Easy... Em Love Ain't No Stranger e Give Me All Your Love, deu pra ver que os comerciais do cigarro Hollywood, popularíssimos na década de 80, ainda estão presentes na mente dos trintões, que cantaram a letra inteira das duas músicas. Já em Is This Love, a platéia feminina veio abaixo. Como de costume, o Whitesnake está com uma formação diferente, mas a qualidade se mantém. Os guitarristas Reb Beach e Doug Aldrich fazem uma dupla muito competente, mas não o suficiente para fazer os fãs esquecer da dupla Adrian Vandenberg e Steve Vai, que gravou o álbum Slip Of The Tongue. Na bateria, Tommy Aldridge desafia o tempo e a idade mostrando que ainda tem a mesma energia dos tempos que tocava com Ozzy Osbourne. Em seu solo, Aldridge jogou as baquetas pra galera e terminou tocando só com as mãos, levando a platéia a loucura. Coverdale continua o mesmo. Sempre lembrando muito Robert Plant, na voz e nos trejeitos - por isso o apelido Coverplant - mas ainda assim, um frontman excelente e surpreendentemente simpático. Um grande show de uma grande banda, que por si só já valia o ingresso.

Mas a atração principal ainda estava por vir. O Judas Priest é um dos inventores do heavy metal, tanto pela sonoridade quanto pelo visual. E o que deu pra ver nas duas horas de show é que os mais de trinta anos de carreira não arrefeceram a energia tradicional da banda. No intervalo dos dois shows, o que a platéia se perguntava era "será que o Rob Halford vai entrar de moto no palco"? Não entrou, mas sua primeira aparição não foi menos bombástica, aparecendo num elevador no fundo do palco bem depois da entrada do resto da banda, vestindo uma capa de couro com detalhes em metal, exibindo sua careca tatuada e cantando Electric Eye com a voz potente de sempre. Claro que, ao se falar de Rob Halford, é impossível não fazer uma piada sobre a sua declarada homossexualidade, mas eu é que não vou fazer essa piada. O cara continua com a mesma pose de mau, mais macho que muito metaleiro por aí. O show do Priest foi igual ao que estamos acostumados a ver: o baixista Ian Hill paradinho no lado do palco, os guitarristas K.K. Downing e Glenn Tipton quase sempre em primeiro plano, entrosadíssimos e o baterista Scott Travis quebrando tudo lá atrás. Halford passeia com autoridade pelo palco e por duas passarelas laterais, (ainda) ensurdecendo a todos com seus agudos impressionantes. O show atinge o seu auge com a clássica Breaking The Law, berrada pela platéia. As músicas do disco novo, mesmo muito boas, deixam o pique cair um pouco, mas quando a banda toca Turbo Lover, a platéia levanta de novo (e dizer que essa música foi execrada quando do lançamento do disco Turbo, em 1986). Mais para o fim do show, a banda executa um clássico atrás do outro: Victim Of Changes, Exciter, Painkiller. Depois de uma pequena paradinha, o momento que todos esperavam: Halford entra no palco em cima da sua Harley para cantar Hell Bent For Leather. E com Living After Midnight e You've Got Another Thing Comin', o Judas encerra um show que certamente ficará guardado na memória dos 6.700 presentes, dando a certeza que o heavy metal está muito longe de acabar.
ABSURDOS QUE LI/OUVI NOS ÚLTIMOS DIAS

Uma das maiores - ou A maior - rebelde de boutique de Porto Alegre em seu fotolog, provando o rótulo dado:

"Para os hipócritas de plantão: porque não basta dizer que faz guerrilha, tem que mostrar a cara!!PORRA!!!]

Eu entrevistando o Sérgio Amadeu, Pres. do ITI.

Figurino: Ronaldo Fraga/Rouparia"


É isso aí! A rebeldia agora é pop, chique e usa griffes caras. Bem vindos ao século XXI.

Perguntado sobre quem ele achava um exemplo de rebeldia nos dias de hoje, um dos intelectualóides portoalegrenses radicado em São Paulo respondeu:

"Paris Hilton, porque ela dá pra todo mundo e não dá satisfação pra ninguém".

Partindo desse princípio, a maior rebelde do Brasil, na opinião do cara, deve ser a Preta Gil.

E ainda me perguntam porque eu ando de saco cheio desse povinho...

sexta-feira, setembro 2

AS CERTINHAS...


MORTE!

Morte aos salames, aqueles que nunca se comprometem, que posam de bonzinhos, que não contestam nada, que dão o tapa e escondem a mão. Morte aos falsos intelectuais, os insignificantes que acham que suas opiniões vão mudar a vida de alguém, que se julgam o supra-sumo da cultura e o último grito de qualquer assunto. Morte aos nerds revoltadinhos, que auto-justificam seu fracasso social atrás de uma falsa opção de vida, que dariam um dedo para serem bonitos e bacanas mas desdenham quem o é. Morte aos falsos profissionais, que acham que o autodidatismo é a mesma coisa que experiência e formação. Morte aos cineastas brasileiros incompetentes, que culpam a burrice do público pelas más bilheterias de seus filmes, como se todo mundo gostasse de pagar para ver um filme ruim. Morte aos jogadores de futebol, que ganham rios de dinheiro para fazer bem o que muitos pagam para fazer mal, e não conseguem acertar uma bola num quadrado gigantesco. Morte às corporações, que nos empurram seus produtos mal feitos como se fossem imprescindíveis e depois simplesmente ignoram nossas reclamações, nos tratando como realmente somos, joguetes. Morte às mulheres caça-dotes, que traem o marido com o primeiro pedreiro bem-dotado que aparece. Morte aos maridos hipócritas, que procuram fora de casa o que a esposa está louca para dar e não o faz por sua própria incompetência e falta de interesse. Morte aos publicitários mortos de fome que acham que são grande coisa com suas roupinhas da moda, que comem feijão frio e arrotam caviar. Morte aos médicos desinteressados, que tratam a saúde como fonte de renda, que deixam de atender quem precisa, que tratam seus pacientes como gado. Morte aos professores arrogantes, que estão pouco se lixando com os alunos, que se preocupam mais com uma pseudo-fama acadêmica do que com o fruto de seu trabalho. Morte aos políticos e á democracia, já que não sabemos como lidar com eles. Morte ao povo ignorante sem memória, que acredita em tudo que a mídia fala, que troca seu voto por uma cesta básica ou por um sub-emprego. Morte aos saqueadores de New Orleans, que se aproveitam da desgraça alheia. Morte aos puxa-sacos. Morte aos gays enrustidos. Morte aos homofóbicos. Morte aos gays que desdenham de quem não tem a mesma opção sexual que eles. Morte aos racistas, negros e brancos, que não se deram conta que estamos no século XXI e já não existe uma raça totalmente pura. Morte aos pedófilos e estupradores. Morte aos defensores dos direitos humanos dos criminosos e não das vítimas. Morte aos que acham que o desarmamento vai acabar com o crime. Morte aos funcionários públicos que não fazem nada além de bater o ponto e encher o saco com greves e mais greves. Morte aos aspones. Morte ao sexo de pau-mole do Sexytime, tão excitante quanto uma banana de plástico. Morte aos órgãos de defesa do consumidor, que aceitam suborno das grandes empresas para abafar os abusos. Morte aos advogados picaretas, que defendem quem paga mais e não quem é injustiçado. Morte a quem escreve "naum". Morte aos blogueiros, com suas opiniões inócuas e com suas frases mal feitas, que entopem a internet e a cabeça dos incautos com idiotices.

Eu estou indignado. Com tudo. Até comigo.
NÃO PERCA!!!!



THE 4400 - 2° TEMPORADA!


No último século, milhares de pessoas desapareceram. Quando um cometa muda de rota, vindo em direção a Terra, a extinção do ser humano parece eminente. Países de todos os cantos do planeta lançam mísseis nucleares na esperança de destruir o cometa, mas inexplicavelmente os mísseis não fazem efeito pois não era um cometa. A bola de luz entra na atmosfera e quando tudo parece estar acabado, a luz reduz a velocidade e toca o chão. Logo depois, a luz diminui em um ponto intenso até explodir, deixando 4400 pessoas. Todas essas pessoas estavam desaparecidas, algumas há meses, outras há mais de 50 anos, e nenhuma envelheceu nem um dia. Todos os que retornaram ficaram em quarentena, receberam uma pulseira de identificação e eventualmente iam voltando para suas famílias.

A série gira em torno da vida de algumas dessas 4400 pessoas que retornaram e agora tem de retomar a sua vida interrompida. Logo após serem liberados, alguns dos que retornaram começam a experimentar novas e inexplicáveis habilidades. Está nas mãos de Tom Baldwin e Diana Skouris, dois agentes, descobrir o mistério por trás dos 4400.


É o seguinte, pessoal: eu acabei de ver a 2° temporada e posso afirmar que a série é ESPETACULAR! Pra quem gosta de suspense e ficção científica, The 4400 é um prato cheio. A primeira temporada passou no Universal Channel ano passado no Brasil, sem muito alarde - quem perdeu pode comprar o box que já está em pré-venda no Submarino. Já a 2° estréia agora dia 09 de setembro, às 23hs. Repito, vale a pena conferir. Se você é como eu, alguém que conta os dias até a estréia da nova temporada de Lost, aí está uma boa idéia para passar o tempo. O único problema é a grande chance desse passatempo virar um novo vício...

quinta-feira, setembro 1

AS CERTINHAS...


A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR:

O que é pior: ser um puxa-saco, querido por todos e cheio do dinheiro ou um autêntico que sempre quebra a cara por não ter papas na língua?

Num mundo perfeito, certamente seria a primeira opção.

Mas não vivemos num mundo perfeito...

P.S.: A merda é sempre a mesma, só muda de endereço...
POST COMEMORATIVO

Enfim, agosto acabou. Cachorro louco é pouco. Certamente esse agosto foi um dos piores que eu já tive na minha vida. Simplesmente nada deu certo. Pra se ter uma idéia, teve um dia que eu acordei e, em apenas duas horas, eu detonei com meu HD - que teve que ser formatado posteriormente - tive que tomar banho frio porque a bomba d´água do prédio estragou e quebrei a chave do carro. Isso sem contar na morte do cachorro que estava a 13 anos na família e de um dos melhores amigos da minha mãe. O engraçado é que eu achava que era só comigo, já que estou no chamado "inferno astral" que antecede meu aniversário, mas a opinião é geral, agosto foi ruim para todo mundo que eu conheço. Por isso, que venha setembro com boas notícias e muita felicidade...
RAPANDO AS FICHAS

Não adianta. Ainda a melhor banda de rock - rock mesmo, aquele... - do mundo é o Rolling Stones. Mick Jagger e seus companheiros desafiam a idade e mostram que só mesmo a morte vai fazer com que os vovôs parem de tocar e criar. Enquanto a grande maioria de seus contemporâneos morreram, se aposentaram ou vivem do passado, os Stones se renova a cada disco. O novo disco. A Bigger Bang, é talvez o melhor deles desde os anos 70. Enquanto os anos 80 e 90 mostraram uma banda preocupada em flertar com a "modernidade" - principalmente nos álbuns Dirty Work e Voodoo Lounge - o novo disco remete aos melhores momentos da banda nos anos 70, tanto na sonoridade quanto na pegada. Pra ser mais exato, as canções de A Bigger Bang lembram muito o Stones de discos como Sticky Fingers e, principalmente, Exile On Main Street. O disco começa com uma paulada de cara, Rough Justice. Crua e pesada, é a nova Brown Sugar. O pique rock'n'roll continua até a quinta faixa, Streets Of Love, uma linda balada que já está tocando nas rádios. Logo a seguir, Back Of My Hand mostra que o Stones ainda é aquela banda de blues que já nos proporcionou maravilhas como Little Red Rooster e Love In Vain. Claro que, como em qualquer bom disco do Stones, não poderia faltar a voz de Keith Richards em uma faixa, no caso, This Place Is Empty, bem ao estilo do guitarrista: lenta e melancólica. Quando parece que os velhinhos entregaram os pontos e baixaram a bola com uma balada atrás da outra, eis que vem mais um rockão de primeiríssima, Oh No, Not You Again. As músicas seguintes destoam um pouco do resto do disco, tanto em qualidade quanto em energia, mas ainda dá pra considerar a levada diferente de Look What The Cat Dragged In. Mesmo decaíndo no final, A Bigger Bang ainda pode ser considerado um grande disco, certamente um dos melhores do ano, um exemplo de que qualidade não tem idade. O disco vai ser lançado mundialmente no dia 5 de setembro, mas já pode ser facilmente encontrado por aí, se é que vocês me entendem...


Cada vez mais, a melhor banda de ROCK do mundo